Grande Poeta Luís Vaz de Camões

Neste blog iremos falar da vida e da obra do grande poeta português Luís Vaz de Camões

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Poema de Natal :)

Como estamos nesse espírito de natal decidi colocar um poema de Camões para representar essa data festiva tão querida entre nós!

POBREZA DO PRESÉPIO

Dos Céus à Terra desce a mor Beleza,
Une-se à nossa carne e fá-la nobre;
E sendo a humanidade dantes pobre,
Hoje subida fica à mor alteza.

Busca o Senhor mais rico a mor pobreza;
Que ao mundo o seu amor descobre,
De palhas vis o corpo tenro cobre
E por elas o mesmo céu despreza.

Como? Deus em pobreza à terra desce?
O que é mais pobre tanto lhe contenta,
Que este somente rico lhe parece.

Pobreza este Presépio representa;
Mas tanto por ser pobre já merece,
Que mais o é, mais lhe contenta.

Luís Vaz de Camões



Fonte: http://voandoespm.blogspot.com/2010/12/voo-n-18-camoes-poema-de-natal.html

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Vídeo sobre o ilustre poeta português

Morte de Luis Vaz de Camões

Tive a sorte de ter tido, no Curso Geral Nocturno, um PROFESSOR, (sim com letra maiúcula) Dr. Lemos, que dava aulas no Colégio Almada Negreiros, onde andei e no Liceu Camões.
Este Professor ensinou-me todo o encantamento da Obra de Luis Vaz de Camões, em especial "Os Lusiadas".
Confesso que a minha admiração por este poeta já era grande mas nunca me tinha passado pela cabeça a sua verdadeira dimensão.
Ao longo dos anos tem-se estudado a simbologia, os mitos, a fauna e a flora, a astronomia a geologia e o mais importante, a matemática em "Os Lusiadas".
Às vezes dou comigo a pensar: Será que este homem detinha verdadeiramente assim tanto conhecimento? ou será apenas o fruto do acaso ou a coincidência das várias perspectivas dos estudos efectuados ao longo dos séculos? Não sei se o Dr Lemos, publicou o livro que andava a escrever sobre Camões e que cheguei a ler ainda em minuta, confesso que gostaria de o ler. Um outro, estudioso, Jorge de Sena, publica em "A estrutura de «Os Lusíadas» e outros estudos camonianos e de poesia peninsular do século XVI"
                                                      o seu estudo sobre esta temática.


O Homem e o seu conhecimento, mais do que a história que conta, é o que me prende e me faz ler e reler as várias edições que tenho, não só de "Os Lusíadas" como as outras obras que possuo "Teatro e Cartas" e "Lírica"
No Mosteiro dos Jerónimos encontra-se um tumulo evocativo de Luiz Vaz de Camões, digo evocativo porque na realidade é um tumulo vazio. Quando o poeta morreu em, 10 de Junho de 1580 (segundo alguns, numa casa que ostenta o nº. 139, da Calçada de Santana, esquina com o Beco de S. Luiz da Pena, segundo outros no alto da Calçada Nova do Colégio, também perto de Santana), foi enterrado em vala comum, próximo do Convento de Santana, não se sabendo ao certo onde terão sido enterrados os seus restos mortais.
Fotos: Camões em Goa; edição miniatura de "Os Lusíadas" em dois volumes e a estátua jacente de Luiz de Camões no tumulo que se encontra nos Mosteiro dos Jerónimos em Lisboa.

Biografia de Luis Vaz de Camões

 Luís Vaz de Camões (Lisboa[?], c. 1524 — Lisboa, 10 de junho de 1580) foi um célebre poeta de Portugal, considerado uma das maiores figuras da literatura em língua portuguesa e um dos grandes poetas do Ocidente.



 Pouco se sabe com certeza sobre a sua vida. Aparentemente nasceu em Lisboa, de uma família da pequena nobreza. Sobre a sua infância tudo é conjetura mas, ainda jovem, terá recebido uma sólida educação nos moldes clássicos, dominando o latim e conhecendo a literatura e a história antigas e modernas. Pode ter estudado na Universidade de Coimbra, mas a sua passagem pela escola não é documentada. Frequentou a corte de Dom João III, iniciou a sua carreira como poeta lírico e envolveu-se, como narra a tradição, em amores com damas da nobreza e possivelmente plebeias, além de levar uma vida boémia e turbulenta. Diz-se que, por conta de um amor frustrado, se autoexilou em África, alistado como militar, onde perdeu um olho em batalha. Voltando a Portugal, feriu um servo do Paço e foi preso. Perdoado, partiu para o Oriente. Passando lá vários anos, enfrentou uma série de adversidades, foi preso várias vezes, combateu bravamente ao lado das forças portuguesas e escreveu a sua obra mais conhecida, a epopeia nacionalista Os Lusíadas. De volta à pátria, publicou Os Lusíadas e recebeu uma pequena pensão do rei Dom Sebastião pelos serviços prestados à Coroa, mas nos seus anos finais parece ter enfrentado dificuldades para se manter.


                                                                                         
                                                                                                             
 Fonte: http://www.wikipedia.pt/

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Que me quereis, perpétuas saudades?

Que me quereis, perpétuas saudades?
Com que esperança inda me enganais?
Que o tempo que se vai não torna mais,
E se torna, não tornam as idades.

Razão é já, ó anos, que vos vades,
Porque estes tão ligeiros que passais,
Nem todos pera um gosto são iguais,
Nem sempre são conformes as vontades.
Aquilo a que já quis é tão mudado,


Que quase é outra cousa, porque os dias
Têm o primeiro gosto já danado.

Esperanças de novas alegrias
Não mas deixa a Fortuna e o Tempo errado,
Que do contentamento são espias.
                                                              


                                              Luis Vaz de Camões



Fonte: http://users.isr.ist.utl.pt/~cfb/VdS/v007.txt

terça-feira, 23 de novembro de 2010

O Fogo Que Na Branda Cera Ardia,

Vendo o rosto gentil que na alma vejo.
Se acendeu de outro fogo do desejo,
Por alcançar a luz que vence o dia.

Como de dois ardores se incendia,
Da grande impaciência fez despejo,
E, remetendo com furor sobejo,
Vos foi beijar na parte onde se via.

Ditosa aquela flama, que se atreve
Apagar seus ardores e tormentos
Na vista do que o mundo tremer deve!

Namoram-se, Senhora, os Elementos
De vós, e queima o fogo aquela nave
Que queima corações e pensamentos.

                                   
                                               
             Luís Vaz de Camões





Fonte:
http://users.isr.ist.utl.pt/~cfb/VdS/v346.txt